Fevereiro 2008


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Nesta última terça-feira, a ONU lançou um levantamento geral da situação dos direitos humanos no Brasil. Qual não foi a conclusão, senão aquela que todos sabemos? O país apresenta índices de corrupção alarmantes, violência desmedida e crescente — inclusive por parte do Estado — e racismo profundamente arraigado.

Estas mesmas críticas foram apresentadas em 2005, mas não foram respondidas pelo governo brasileiro. Em abril, o documento será debatido na plenária da ONU e o governo terá uma chance de se defender da acusação de inércia diante dos mais graves problemas brasileiros.

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_ Para saber mais sobre o relatório da ONU sobre o Brasil, clique aqui.

Hugo Chavez lançou, nesta última segunda-feira, uma campanha contra o uso de termos em inglês na Venezuela. A Cantv — Companhia Anônima Nacional de Telefones da Venezuela — liderará o projeto chamado “Fale castelhano, fale com orgulho”. O objetivo é evitar o uso de termos em inglês no cotidiano das empresas. Palavras como staff, host, telemarketing e mouse, devem ser substituídas respectivamente por equipe, servidor, televendas e rato.

A iniciativa é interessante, pois a onipresença da cultura anglo-saxônica — tanto aqui quanto lá — levou ao abuso da utilização do inglês no dia-a-dia. Na maioria dos casos as palavras em inglês impede o uso do termo correto no idioma local, muitas vezes atrapalhando a comunicação.

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_ Para o texto do ministério da comunicação venezuelano sobre a campanha (em espanhol), clique aqui.

_ Para saber mais sobre a campanha “Fale em espanhol, fale com orgulho”, clique aqui.

Lembra da mocinha do tapa-sexo de quatro centímetros? Pois ontem, fui inocentemente comprar meu jornalzinho e o que vejo? A manchete da revista, em letras garrafais:

“VIVIANE CASTRO NUA!!”

Nua? Ela já não estava nua antes? Que novidade há nisto? E quem vai comprar uma revista para ver quatro centímetros?

Existem muitas peladonas por aí, mas uma peladona que fica pelada isto sim é novidade.

Ah, sei lá. Eu devo estar meio rabugento.

Em dezembro, Elvira Lobato, jornalista da Folha de São Paulo no Rio de Janeiro, fez uma reportagem intitulada: Universal chega aos 30 anos com império empresarial. Nela a jornalista fez um inventário geral dos milhões gerados pelos negócios franqueados pela Igreja do Bispo Macedo e suas obscuras relações com empresários e paraísos fiscais.

Apesar de ser uma matéria da área de negócios e não tratar de questões religiosas, por causa da reportagem mais de 50 ações foram ajuizadas por fiéis da Igreja Universal contra a jornalista em 20 estados. A grande maioria ações individuais em tribunais especiais cíveis — os antigos tribunais de pequenas causas — que exigem a presença da pessoa acusada na audiência. Segundo as ações, bem semelhantes em seu conteúdo, o trecho que  ofenderia os fiéis seria o seguinte:

“Por trás da Unimetro está a Cableinvest, registrada no paraíso fiscal de Jersey, no Canal da Mancha. O elo aparece nos registros da empresa na Junta Comercial de São Paulo. Uma hipótese é que os dízimos dos fieis sejam esquentados em paraísos fiscais.

Não encontrei nada ofensivo. Nem mesmo a interpretação, presente nas ações contra Elvira Lobato, de que a jornalista teria duvidado da procedência legal do dinheiro dos fiéis. Está bem claro que a dúvida não está no dinheiro dos fiéis e sim no que é feito com ele com entra no caixa da IURD. Quem conseguiu enxergar outra coisa no texto acima ou em qualquer outro ponto da matéria, está precisando urgentemente de um curso de interpretação de textos.

Apesar da grande quantidade de ações contra a jornalista e da repercussão que a reportagem obteve em toda a mídia, nenhuma informação a respeito dos negócios obscuros da Igreja Universal foi contestada até agora.

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_ Para ler a matéria “Universal chega aos 30 anos com império empresarial” na íntegra, clique aqui.

_ Para a versão da Igreja Universal sobre as ações contra a Folha de São, clique aqui.

_ Para um entrevista de Elvira Lobato ao jornal Zero Hora sobre as ações, clique aqui.

Em meio a aula sobre Renascimento Cultural, no momento em que eu falava de Leonardo da Vinci, veio a pergunta:

— Professor, é verdade que da Vinci era gay?

Eu não sei de onde vem esta curiosidade do povo sobre a sexualidade alheia. Parece que sendo gay ou não, mudaria alguma coisa. De todo modo, Leonardo da Vinci era gay. Em 1476, da Vinci foi acusado de sodomia — nesta época homossexualismo era crime em Florença.

Ele e mais três jovens do ateliê onde trabalhava teriam mantido relações com o prostituto Jacopo Saltarelli. No entanto, por falta de provas a acusação de sodomia foi arquivada. Anos mais tarde, em 1490, Giacomo Salaï, um jovem florentino, passou a morar com o pintor, reacendendo em Florença os boatos sobre seu homossexualismo.

Para alguns cientistas, a homossexualidade do artista estaria expressa na Mona Lisa. O quadro seria um auto-retrato feminino de da Vinci.

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_ Para saber mais sobre Leonardo da Vinci, clique aqui.

_ Para saber sobre a teoria da “Mona Lisa” como auto-retrato, clique aqui.

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