Arquitetura


 

No debate de ontem, em meio ao tiroteio de acusações mútuas, uma tímida questão educacional surgiu. O presidente Lula acusou o PSDB de manter as escolas de lata durante seu mandato em São Paulo. No grupo de amigos que via o debate comigo uma dúvida generalizada: o que são escolas de lata?

As escolas de lata surgiram como solução para o problema de falta de vagas nas escolas públicas da capital paulista. O então prefeito Celso Pitta determinou a  criação de uma escola de baixo custo e construção rápida. Feitas a partir da montagem de chapas metálicas no formato de contêineres, as escolas de lata se tornam verdeiros fornos durante o verão e congelam durante o inverno. Além disto, o ruído do metal e as dificuldades de isolar os sons exteriores tornam este tipo de construção inviável para educação.

O presidente Lula acusou o governo do PSDB de não resolver o problema das escolas de lata, o que foi enfaticamente negado por Geraldo Alckimin. Os dois estão certos. Não existem mais escolas de lata em São Paulo. A última escola deste tipo foi desativada na quinta-feira anterior às eleições. No entanto existem ainda 7000 alunos que estudam em salas da lata (em escolas de alvenaria, puxadinhos feitos do mesmo inadequado material metálico das escolas de lata).

mac-mauro.jpg

O Museu de Arte Contemporânea de Niterói fez dez anos neste último sábado. É um belíssimo monumento da arquitura moderna e que também serve de mirante para baía de Guanabara, igualmente linda (a foto acima, feita por Mauro, traz um bom exemplo da vista do local).

O mais impressionante na construção é o já conhecido talento de Oscar Niemeyer em tratar a linha curva. O Museu tem o formato de um disco voador, que parece flutuar sobre o mar, sobretudo à noite, quando iluminado. Aliás, Niterói tem uma série de obras do arquiteto em construção, no que será o Caminho Niemeyer.

Para comemorar a década de existência do Museu, o local está abrigando uma exposição das obras de Lygia Clark, escultora que muito se inspirou no trabalho de Niemeyer.