A palmatória foi o instrumento de punição física de estudantes mais utilizado no mundo. Seu uso ainda é popular em alguns países orientais. Já no ocidente, a Inglaterra só a proibiu em 1989.
No Brasil, seu emprego foi introduzido pelos jesuítas, como forma de disciplinar os indígenas resistentes à aculturação. A prática foi perpetuada pela escravidão africana. Os senhores a utilizavam como um dos muitos castigos aplicados aos negros desobedientes. Ao final do século XIX, quando a educação dava seus primeiros passos em nosso país, a palmatória migrou para a escola.
Com as campanhas pelo fim da violência infantil da década de 1970, o castigo corporal foi condenado. Transformado em crime na década de 1980, o uso do instrumento foi defitivamente abolido com a elaboração do Estatudo da Criança e do Adolescente, em 1990.
Parece absurdo, mas apesar de todo o processo que levou ao fim da palmatória nas escolas, a discussão da violência como meio pedagógico continua.
Agosto 22, 2006 at 5:15 pm
Professor, a palmatória, acredito eu, possui dois lados: a criação de uma disciplina rigida( mesmo sendo criada pelo medo), mostrando ao aluno atual que todas suas ações têm consequencias, assim como na vida. Porém, no sistema de educação em que vivemos, a palmatória seria uma grande arma para professores frustados descontarem sua raiva em alunos indefesos( claro que esse não é o seu caso =D ). Acho que o principal não é discutir o uso da violencia como meio pedagogico, mas sim melhorar as condições para os profissionais da educação trabalharem, além de uma conscientização do aluno que apenas os melhores se destacarão na vida.
Agosto 25, 2006 at 10:15 pm
Claro, mas até essa conscientização chegar devem haver meios os quais professores possam utilizar para coibir atitudes que prejudicam o andamento da aula (não estou aqui defendo o uso da palmatória, mas sim de outros meios não tão “físicos”, mas de efeito similar).
Setembro 24, 2010 at 9:33 pm
Sou formando em Letras, condeno o uso da violência em qualquer forma, inclusive o uso da palmatória, mas há um paradoxo quanto a este tema. Creio que somente um melhoramento da educação pedagógica não seja suficiente para motivar a classe alunada. Isto é um problema histórico em nosso País, principalmente pelo descaso político à educação básica desde o regime militar!
Os alunos após a extinção do uso da palmatória, são os pais-avós de hoje, que não têm pulsos firmes aos seus filhos-netos. E um dos motivos dessa ausência está relacionada principalmente pela influência negativa que a mídia proporciona. A tv influencia o sexo, o namoro precoce. Filhos não respeitam seus pais, nem professores. Andam vadiando pelas ruas altas horas da noite, se prostituem em alguns casos. Agridem professores e mutuamente se agridem. Se houvesse ainda o uso da palmatória talvez a realidade, principalmente a da violência seria outra, a violência em um contexto geral, apesar do seu uso ser um ato violento. Se a mídia não influenciasse negativamente os jovens de hoje o uso da palmatória não seria necessário. Voltar ao passado é um retrocesso. E o problema não está ai, mas em ter deixado ser extinto.
Agosto 27, 2006 at 1:39 pm
Concordo plenamente com o seu comentário, André Feodrippe. E ainda complento-o dizendo que se os atuais professores utilizassem mais técnicas pedagógicas, que incentivassem o aluno ao estudo espontâneo e voluntário, talvez não haveria a necessidade de tantos “bate-bocas” nas salas de aula entre professor-aluno e essa conscentização seria mais fácil de ser concluída.
Se o professor não tem o mínimo de dinâmica e vontade de ensinar, entrando na sala de cara feia e só reclamando que a turma é péssima e até dizendo que é a pior de todas as outras (como a minha ex-turma ouviu muito no ano passado), não tem como esse professor ainda querer exigir que os alunos gostem da matéria dele e que prestem atenção em suas aulas voluntariamente. Alerto que são poucos os que se encaixam nesse caso,principalmente nas particulares, mas existem, só não vou citar nomes para não constrangí-los. (Mas pode deixar Chermont, você está BEM longe desta lista =D, pelo contrário, se todos fossem profissionais como você, que incentivam os discentes com brindes (chocolate!)e palavras postitivas e elogios, aposto que muita coisa melhoraria).
Se um professor pensa que a turma e/ou aluno é péssimo, que ele guarde a sua opinião para ele mesmo. Um aluno que faz por onde, desmotivado e que ainda tem um professor que o coloca lá embaixo com críticas longe de serem construtivas, ele só vai prestar a atenção na aula coagido pelo medo.
Não é pra ficar fazendo média não, professor. Mas espero que os professores do ano que vem sejam tão copetentes e que suas aulas sejam tão boas quanto as de Hitória e as de Química(prof Clóvis) desse ano.
Julho 14, 2010 at 3:22 pm
Não é bem assim dona Luísa, voce quer que o professor fale bem de uma turma ruim, e que todos os alunos sao santinhos, eos culpados sao os professores, ah vc nao deve ser professora
Novembro 21, 2007 at 4:38 pm
pô… eu apanhei de palmatória na escola… e não era nada legal!
Maio 15, 2013 at 7:22 pm
E LEGAL LEVAR PALMATORIA
Março 11, 2008 at 1:22 pm
Que agradável surpresa para uma tediante tarde de terça.Estou pesquisando sobre educação +contexto histórico e encontrei seu artigo.
Muito bem …
Voltarei para ver maii ,quando terminar a bendita pesquisa.
Março 11, 2008 at 1:23 pm
http://lagoadetapes.blogspot.com
Novembro 29, 2010 at 3:52 pm
E aí? Qual é? Nada??
Julho 24, 2008 at 2:46 pm
Este instrumento educativo se é que pode se chamar assim ainda é muito usado pelo mundo a fora. Eu particularmente apanhava de palmatória e ainda tinha que contar cada bolo levado nas mãos, caso contrário, a contagem começaria novamente de onde eu errava. Nunca entendi o real motivo de tanta violência empregada pelas pessoas que me educavam com esse metodo. A fim de cada seção pela qual eu passava, minhas mãos pareciam mortas devido ao grande número de palmadas que lhes eram dadas. Talvez a maior dor ainda persista comigo, pois eu via nos olhos dos meus opressores, o prazer, o (tesão) em ver alguém sofrendo com algo tão primitivo. Hoje tenho 32 anos, ainda não sou pai, mas sei que quando chegar a hora, serei o pai e a mãe que sempre sonhei, pois na minha infancia e adolescencia so conheci a palmatoria como companheira fiel e pontual. Tenho pena das crianças que sofrem caladas dentro dos quartos abafados com som de musicas altas afim de abafar o sofrimento e pedido de socorro que nunca vem.
Novembro 29, 2010 at 3:54 pm
Eh Grabriel, tú devias ser muito burro pra levar tantas palmatoadas assim!
Julho 26, 2012 at 11:27 am
Não Messias, acredito que minha intelectualidade não importava muito. Era uma educadora só, minha mãe. Posso ter sido burro (como vc mencionou) em não ter pedido socorro ou ajuda.
Fevereiro 9, 2011 at 8:11 am
Cara, quem fazia isso com você, seus pais? Seus responsáveis? Seja lá quem for, essas pessoas não te amavam nem um pouco, ou então tinham algum ptoblema
Julho 26, 2012 at 11:46 am
Davi por um certo tempo foi minha mãe. Depois veio um padrasto o qual me fez ver quão é importante um pai de verdade na vida de uma criança. O problema não importava. Poderia ser briga entre o casal, uma louça não lavada ou uma resposta mal dada ao (pai) postiço. Hoje questiono meus agressores e só dizem que nenhuma das agressões que sofri cairam por terra ou foram em vão. Será? Será que eles sabem que costumo acordar a noite e vendo as imagens que insistem em me atormentar nas madrugadas ou quando caio em depressão? Será que eles ou ela sabe que com 36 anos de idade, já casado e pai de um garoto, eu não consigo ter uma vida social por culpa do que me fizeram lá no passado. Não quero aqui levantar uma bandeira e muito menos pedir e ouvir conselhos de que devo seguir minha vida e esquecer o que aconteceu na minha infância e adolescencia; só quero que as pessoas saibam que essa ferramenta (educacional) ainda existe dentro de muitos lares, escondida, muitas vezes atrás de uma falsa modestia e um moralismo barato, adquiridos por meios arcaicos e insanos. É fácil as pessoas posarem de pseudo-psicológos sem ter passado por uma situação semelhante. Há um ditado que diz que ” Quem bate esquece, quem apanha, lembra”. Eu completaria de outra forma ” Quem bate esquece, principalmente datas, rostos e palavras, mas quem apanha, nunca dorme, esquece datas, horas, dias, semanas; e os hematomas jamais desincham.
Outubro 16, 2009 at 7:23 pm
Minha irmã é professora em escola pública. Pelo que ele me conta, palmatória seria pouco, frente ao que os alunos fazem habitualmente.É melhor aplicar uma palmatória hoje, que uma prisão amanhã.
Fevereiro 7, 2010 at 12:20 am
A palmatória nunca deixou de existir, ela apenas mudou de mãos após a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente, nosso queridissimo ECA. Quem quiser encontrá-la basta observar as mãos dos nossos alunos.
Fevereiro 23, 2010 at 8:21 am
A palmatória foi um grande equívoco nas escolas do passado. Assim como foi um equívoco qualquer tipo de castigo físico utilizado nos estabelecimentos de ensino. Não acho que aprender pelo medo de ser castigado seja o caminho. Nunca foi tanto é que esse sisitema foi oficialmente abolido, diante de tantas críticas negativas que houve na época. Se existe violência e indisciplina nas escolas atualmente, não é porque não tem mais palmatória ou castigos físicos, é por que vivemos em uma sociedade doente, que está com os valores distorcidos. É um problema da sociedade como um todo, mais aí já seria uma discução maior.
Maio 13, 2010 at 8:46 am
Não vejo a palmatória como equívoco. Ainda a alcancei nos anos 70, mas nunca apanhei com ela porque estudava e me interessava. Hoje os estudantes não tem com o que se preocupar: eles fingem que aprendem, professor finge que ensina, a escola finge que vai reprová-lo, as faculdades fingem que fazem um vestibular, novamente os estudantes fingem que estudam e a sociedade finge que os aceita.
Maio 30, 2010 at 12:24 pm
Ora, mas é claro que foi um equívoco a palmatória! Eu ainda estou sendo brando, a palmatória era um crime!Palmatória era um instrumento de tortura disfarçado de instrumento pedagógico. Se você acha que era correto o uso da palmatória, então por que você acha que foi abolida? Eu realmente concordo com muita coisa que você disse com relação a educação no Brasil hoje. Mas é inaceitável que o aluno aprenda por meio de ser castigado pela dor. Não faz sentido isso. Existe muitas formas eficientes de se aprender, mas por castigo castigo físico jamais.
Outubro 24, 2010 at 3:57 pm
Professor tambem discordo com o uso da palmatória como disciplina, pois acho que existam outros métodos para se educar um aluno,qualquer método que utiliza de agressão física, seja para ensinar, não é válido, pois na minha opinião não ajuda em nada o aluno. para alguns isso pode causar até problemas psicológicos, medo de frequentar a escola entre outros.
Outubro 26, 2010 at 3:16 pm
Nao aceito o exagero das coisas mas ah se fosse bom se nos colegios ainda houvessse o uso da palmatoria.Os alunos etao cada vez mais indiciplinados não respeitam nada.
Tem que haver punição severa mesmo que seje com uso da famosa palmatoria.
Outubro 28, 2010 at 6:26 pm
Tive a sorte de não ser “acariciado” pela “Santa Luzia” na escola, mas em casa, o “bolo” era sagrado. Hoje, sinto as dores desse castigo ao ler matérias e comentários sobre tal castigo. Porém, concordo com o David Douglas, a palmatória não foi extinta, apenas mudou, erroneamente, de mãos, através de leis como o ECA, que prescreve apenas os direitos desta juventude que se transformou em irresponsável e mal-educada. O mais sensato seria que os ditos “Promotores da Infância e Juventude” se prontificassem a ministrar aulas por ao menos uma semana, para assim sentirem na pele as palmatoradas daqueles a quem defendem.
Messias Ferreira
Cuiabá-MT
Novembro 29, 2010 at 4:06 pm
Lendo o comentário da Luisa Damasceno (desculpe-me a intimidade)concluo que ela nem imagina o valor do salário pago à professores. São migalhas que só no malabarismo para cobrir necessidades primordiais de um ser humano. Sendo assim, é impossível se adular com chocolates alunos desinteressados por aquilo de mais belo que uma pessoa pode se orgulhar de possuir: O ESTUDO. Mesmo porque, esta é uma obrigação constitucional de qualquer ser humano; sendo assim não é necessário pagamento para o desempenho de tal obrigação.
Setembro 28, 2011 at 2:55 pm
ola meu nome e ramom estou fazendo um trabalho sobrea a palmatoria e achei legal oque postaram
Fevereiro 8, 2012 at 11:14 am
Vejo eu que diciplina pulou de extremo a extremo, sem passar por um meio termo. Ou seja, aqueles que eram oprimidos pelo uso da palmatória, deveriam guardar em si um sentimento de revolta, não de medo. Tentando proteger seus filhos do que passaram, já vi muitos pais dando a liberdade total, de uma só vez. Algo que também discordo.Pois liberdade deve ser conquistada na medida que ganhamos RESPONSABILIDADE. Violência só gera violência, usada antes do diálogo, não tenho dúvida que seu efeito seja pior. Enfim, os responsáveis pela educação (em todos os sentidos) querem que seus alunos aprendam, não será obrigando-os a engolir um livro, sim criando confiança para que possam sentir-se seguros em seu ambiente de ensino. O que podemos fazer por ora, é devolver a luz aos que perderam a visão; mas, as conseqüências devem também ser colhidas, por quem optou arrancar os olhos depois…
Agosto 26, 2012 at 9:08 am
Muito bom os comentários sobre o uso da palmaatória. Uma reflexão sobre os processos educativos do passado e aida muito usado em lares brasileiros.
Abril 3, 2013 at 2:41 pm
Como era usada na escravidão?
Novembro 7, 2014 at 12:44 pm
K
Abril 14, 2018 at 4:29 pm
Tenho 63 anos e carrego um trauma muito grande pela violência sofrida em meu tempo escolar. Tinha eu 8 para 9 anos estava no segundo ano escolar, menino de família pobre, inclusive muito sofrido apesar da pouca idade. Fui acusado injustamente de ter subtraído de um amiguinho que sentava comigo a quantia de Dez cruzeiros na época. A professora me apertou para contar onde eu tinha colocado, mas eu negava, pois não tinha subtraído tal quantia. Me levaram para a classe de um professor do quarto ano na época. Ele me pois sentado de frente para ele e me disse : Com qual mão você pegou o dinheiro ! Eu nesse momento, já em prantos, mal conseguia falar. Ele me disse: se não falar vai apanhar nas duas mãos. Ele fez com que eu abrisse a mão esquerda e bateu muito forte por quatro vezes. A dor foi intensa, fiz xixi na roupa, fui motivo de chacotas por isso,poucas horas depois minha mão estava toda inchada. Resumindo : Antes que terminasse as aulas, a professora em uma revista mais minuciosa achou o dinheiro dentro do caderno do meu coleguinha. Ela só me mandou que ele me pedisse desculpas e ficou por isso mesmo. Fora outras atrocidades que presenciei e sofri na época.Nunca mais tive facilidades de aprender na escola. O trauma que carrego, estou passando em um livro que estou escrevendo com o titulo: ”Feridas na Alma”
Abraços !!